Sabes… às vezes é difícil e quase incompreensível entender alguém que “supostamente” seja rebelde.

Muitas pessoas têm a errada ideia de que ser rebelde, baseia-se, sobretudo, em não cumprir regras, em faltar ao respeito para com algo ou alguém, é ser, basicamente, um adolescente que recusa-se a seguir os padrões aceitáveis e normais…

Bem… não é que essas pessoas estejam “de todo” erradas, mas estão… um pouco “por fora” do nosso plano. O que eu quero dizer, é que ser rebelde não é algo negativo, aliás ser um consagrado deste conjunto é aceitar que erramos e assim, reconhecer, também, os nossos erros e não culpar as circunstâncias presentes, é ser original e não seguir sempre a mesma “tediosa” e chata maneira de ser da multidão. Aliás, como se diferencia alguém rebelde, de alguém… “normal”? Tudo depende da resposta que se dá à pergunta: Devemos pensar no que podemos ganhar se nos atrevermos a ser originais ou preocupamo-nos no que podemos perder se quebrarmos as regras? Aí está a diferença… Alguém, supostamente, “normal” pensa até às últimas consequências dos seus actos e por medo e, acima de tudo, é isso mesmo… por medo dos efeitos e sequelas que os seus feitos podem ter, ficam quietos, calados, recusando-se a manifestar o seu verdadeiro “eu”. Um rebelde, independentemente do medo que tem, quer deixar bem claro as suas ideias e não tem vergonha de ser o que é. Ser rebelde é, acima de tudo, ser quem realmente somos, é definir a nossa forma de ser e de pensar, independentemente deste mundo que promove o anonimato, independentemente de uma sociedade que nos impõe um jeito e uma maneira diferente do que nós realmente somos, é ter o poder de dizer “não” a todos aqueles que nos dizem o que temos que fazer, como temos que fazer e o que nós temos que ser.

Então isto não é algo negativo… pelo contrário… se não fossem por rebeldes filosóficos que sempre contrariaram as ideias fixas impostas e que provaram que podem haver infinitas respostas para ilimitadas questões, o mundo seria “assim” e nós nem sequer poderíamos perguntar porque o mundo é “assim”, pois poderíamos ser perseguidos e torturados por duvidarmos do Omnipotente Deus. Não é que eu seja contra Deus ou à sua religião. Sou cristã, aliás. No entanto, há respostas mais lógicas do que “Deus criou tudo o que existe em seis dias.”

De qualquer das formas, como dizia… se não fossem os rebeldes que contrariaram as ideias fixas antigas, hoje estaríamos como estiveram no tempo deles, ignorantes, apenas sabendo que isso já não era mais uma questão de capacidade do ser humano, mas sim, uma condicionante imposta por cegos seguidores do Todo-poderoso.

Graças a eles, e é importante lembrar que muitos deles pagaram com a vida, nem por contrariar, mas apenas por questionar algumas ideias, hoje sabemos mais do que ontem, por eles o mundo desenvolveu, por eles não ficamos submersos na mais horripilante e medonha ignorância.

Ser alguém deste género não tem limites, é dizer à indecência de sociedade que temos hoje em dia que não somos fantoches. É agir por nós e se a multidão ao nosso redor rir, zombar, troçar, nós apenas temos que agradecer por não sermos como eles, meras peças do mundo controladas, que não têm a mínima noção das coisas que fazem, porque simplesmente têm que o fazer, e assumir a nossa ideia, a nossa forma de pensar e de ser, porque só assim salvaremos o mundo de ser conduzido, como robôs, sem emoções ou sem liberdade de expressão ou de escrita, sem o poder de dizer: “Eu oponho-me!”… Mas, dizer e contrapor-se… isso todo o mundo faz, agora… contrair a responsabilidade do que disse e do que fez, apenas os puros e legítimos rebeldes têm a capacidade de fazer.

E tu? És rebelde ou aparentas ser?

Por Mary